ANÁLISE DOS PARÂMETROS FÍSICOS E BIOQUÍMICOS DE PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA EM INÍCIO DE TERAPIA RENAL HEMODIALÍTICA

  • Maíra Kufner Saloio FAG
  • Larissa de Fátima D'Amico
  • Rafael Rauber
  • Vanessa Uscocovich
Palavras-chave: Terapia Renal Substitutiva, Insuficiência Renal Crônica, Hemodiálise, Estado Nutricional

Resumo

A Insuficiência Renal Crônica (IRC) é uma doença relevante na saúde pública devido sua prevalência ascendente. Ela minimiza a atividade renal, tornando os portadores dependentes de terapias de substituição (diálise), a qual simula a atividade renal para manter a homeostase hidroeletrolítica. Apesar de fundamental para a sobrevida dos portadores, ela ocasiona alterações nutricionais que devem ser monitoradas por interfirir no prognóstico e morbimortalidade. O objetivo do trabalho foi avaliar os parâmetros bioquímicos-físicos dos pacientes-dialíticos em tratamento inicial e identificar as mudanças após 3 e 6 meses associando-os a efetividade terapêutica. Trata-se de uma análise longitudinal-descritiva, tendo como base bioquímica a albumina, ferritina, hematócrito e potássio. Para base antropométrica foi feita a média das aferições da prega cutânea tricipital (PCT) e adequação ao percentil 50. Dos 22 pacientes 68,18% são homens, a idade predominante esteve entre 60-69 anos e a doença base, a hipertensão. Com base na PCT, os pacientes estiveram em déficit grave de gordura subcutânea, enquanto que a albumina obteve melhoras gradativas, atingindo a normalidade. O hematócrito reduzido associado à ferritina aumentada, confirmou anemia inflamatória, frequente nos pacientes renais crônicos. Pacientes hipercalêmicos melhoraram gradativamente. Conclui-se, que há uma real importância do fator nutricional sobre a efetividade da terapia hemodialítica.

Referências

ABENSUR H, B. M. C. M. Aspectos Atuais da Anemia na Doença Renal Crônica. Jornal Brasileiro de Nefrologia , p. 104-107, 2006.

ACUÑA, K.; CRUZ, T. Avaliação do Estado Nutricional de Adultos. Arq Bras Endocrinol Metab vol 48 nº 3, p. 345-361, 2004.

ALVARENGA, L. D. A.; ANDRADE, B. D. Análise do perfil nutricional de pacientes renais crônicos em hemodiálise em relação ao tempo de tratamento. Jornal Brasileiro de Nefrologia, p. 283-286, 2017.

BLACK, D. A. K. Potassium metabolism. In: KLEEMAN'S, M. &. Clinical Disorders of Fluid and Electrolyte Metabolism. [S.l.]: McGraw-Hill, 1972. p. 121.

BOTTONI, A. et al. Avaliação nutricional: exames laboratoriais. In: WAITZBERG, D. Nutrição oral, enteral e parenteral na prática clínica. 3.ed. ed. São Paulo: Atheneu, 2001. p. 279-94.

BRINGHENTI, C. Alterações nos níveis de ferritina e transferrina e sua relação com doença hepática. Repositorio Unesc, julho 2011. Disponivel em: <http://repositorio.unesc.net/handle/1/613>.

BUENO, C. S.; FRIZZO, M. N. Anemia na doença renal crônica em hospital da região do noroeste do estado do Rio Grande do Sul. J Bras Nefrol, p. 36(3):304-314, 2014.

BURNOUF, T. Modern Plasma Fractionation. Transfusion Medicine Reviews, p. Volume 21, Issue 2, Pages 101-117, 2007.

CASAS, J.; RODRIGUES, C. I. S.; D'AVILA, R. Educação nutricional para pacientes renais crônicos em programa de hemodiálise. Nutrire; vol 40, p. 36-44, 2015.

CLARO, M.; STINGHEN, E. M.; FILHO, P.-F. Biomarcadores de Inflamação na Doença Renal Crônica. In: ______ e-book Biomarcadores na Nefrologia. [S.l.]: Hugo Abensur, p. 81-89.

COOK, J. D. Clinical evaluation of iron deficiency. SEMIN HEMATOL. Vol 19, Fevereiro 1982. 6-18.

CUPPARI, L. Guia de Nutrição: Nutrição Clínica no adulto. Barueri, SP: Manole, 2005.

CURRY, S.; BRICK, P.; FRANKS, N. P. Ligação doÁcido Graxo à Albumina do Soro Humano: Novas Percepções dos Estudos Cristalográficos. Biochimica et Biophysica Acta; Vol 1441, ed 2-3, p. 131-140, 1999.

D’AMICO, L. D. F. et al. Caracterização do Estado Nutricional de Pacientes com Insuficiência Renal Crônica em. uniciencias,v. 17, n. 1, p. 17-24, 2013.

DIALISE, P. Portal Dialise, 31 maio 2017. Disponivel em: <https://www.portaldadialise.com/articles/avaliar-a-funcao-renal>.

DRACZEVSKI, L.; TEIXEIRA, M. L. Avaliação do perfil bioquímico e hematológico em pacientes submetidos à hemodiálise. Revista Saúde e Pesquisa. Vol 44, n1, p. 15-22, 2011.

DRAIBE, S. A. et al. Albumina sérica como marcador nutricional. Revista de Nutrição, p. 17(3):339-349, 2004.

EKG, M. My EKG o site do eletrocardiograma. Disponivel em: <http://pt.my-ekg.com/metabolicas-drogas/hipocalemia-ecg.html>.

FAILACE, R. Hemograma: manual de interpretação 5ªed. Porto Alegre: artmed, 2009.

FARIA, A. C. F. et al. Avaliação da presença de anemia e de deficiência de ferritina em crianças. Revista Brasileira de Análise Clínica, p. 365-370, 2017.

FERRAZ, S. F.; SOUZA, A. T. V. D. Estado nutricional ganho de peso interdialítico. Jornal Brasileiro de Nefrologia, p. 306-314, 2015.

FILHO, W. M. B. et al. Contribuição da Farmácia na prescrição e uso racional de Albumina. Journal einsten, 1 junho 2010. 8(2 Pt 1):215-20.

GODOY, M. F. et al. Ferritina Sérica e Coronariopatia Obstrutiva: Correlação. ABC Cardiol, p. 430-433, 2007.

GOLDENSTEIN, P.; COELHO, F. MedicinaNet, 22 nov. 2009. Disponivel em: <http://www.medicinanet.com.br/sobre.htm>.

GOLDSTEIN, D. Assessment of nutritional status in renal diseases. Handbook of nutrition and the kidney (3ed), p. 45, 1998.

GONÇALVEZ, V. Portalda Diálise, 30 jan. 2015. Disponivel em: <https://www.portaldadialise.com/articles/o-potassio-e-a-insuficiencia-renal>.

GOODSELL, D. S. PDB - Protein Data Bank, Janeiro 2003. Disponivel em: <http://www.pianetachimica.it/mol_mese/mol_mese_2003/01_Albumina/Albumina_1_ita.html>.

GRANTHAM, J. J. renal transport and excretion of potassium. In: RECTOR'S, B. &. The Kidney. [S.l.]: Saunders, 1976. p. 299.

GROSZEK, B. Saúde em movimento, 23 mar. 2002. Disponivel em: <http://www.saudeemmovimento.com.br/conteudos/conteudo_frame.asp?cod_noticia=510>. Acesso em: 04 maio 2018.

GROTTO, H. Z. W. Metabolismo do ferro: uma revisão sobre os principais mecanismos envolvidos em sua homeostase. Revista Brasileira de hematologia e Hemoterapia. Vol 30, p. 390-397, 2008.

GROTTO, H. Z. W. Diagnóstico laboratorial da deficiência de ferro. Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia. Vol. 32, p. 22- 28, 2010.

GUIZADO, T. R. C. Estudos Computacionais da Interação de Porfirinas e seus Complexos de Ferro com Albumina Sérica Humana. Dissertação (Mestrado em Física) - PUC. Rio de Janeiro, p. 141. 2008.

GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de fisiologia Médica. Rio de Janeiro: Elsivier, 2006.

HALLIWELL, B.; GUTTERIDGE, J. M. C. Free Radicals in Biology and Medicine. 4ªed. New York: Oxford, 2007.

ISEKI, K.; KAWAZOE, N.; FUKIYAMA, K. Serum Albumin is a strong predictor of death in chronic dialysis patients. Kidney Int, p. 44(1): 115-119, 1993.

JUNIOR, J. E. R. Brazilian Journal of Nephrology. http: //www.jbn.org.br, 2004. Disponivel em: <http://www.jbn.org.br/details/1183/pt-BR/doenca-renal-cronica--definicao--epidemiologia-e-classificacao>.

KABADI, M. U. BMJ Publishing. Best Practice, junho 2018. Disponivel em: <https://bestpractice.bmj.com/topics/pt-br/59>.

KASVI. Kasvi, 09 julho 2015. Disponivel em: <https://kasvi.com.br/hemograma/>.

KOEPPEN, B. M.; STANTON, B. A. Berne & Levi: Fisiologi 7ªed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2018.

KOUOH, F. et al. Antioxidant properties of albumin: Effect on oxidative metabolism of. IL Farmaco, p. v. 54, p. 659, 1999.

KRUEGER-BECK, E. et al. Potencial de ação: do estímulo à adaptação neural. Fisioterapia em Movimento; Vol. 24 n.3, 24 julho/setembro 2011. 535-547.

LADERO, J. M. et al. Oscillations in serum ferritin associated with antiviral therapy in chronic hepatitis C. Revista Española de Enfermedades Digestivas. Vol 101, p. 31- 40, 2009.

LOWRIE, E.; LEW, N. Death risk in hemodialysis patients: the predictive value of commonly measured variables and an evaluation of death rate differences between facilities. Am J Kidney Dis, p. 15(5):458-482, 1990.

MARTINS, C. Avaliação e Diagnóstico do Estado Nutricional de Pacientes Renais. In: RIELLA, M. C.; MARTINS, C. Nutrição e o Rim. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. p. 104-105.

MARTINS, C. T. B.; JUNIOR, E. R. Perguntas e Respostas sobre Nutrição em Diálise. São Paulo,SP: RCN, 2008.

MARTINS, C.; RIELLA, M. Nutrição e o Rim - Terapia Nutricional do Paciente Renal Crônico e Agudo. [S.l.]: Guanabara Koogan, 2010.

MAYO, C. Teste de hematócrito: visão geral. Fundação Mayo de Educação Médica e Pesquisa, 26 maio 2016. Disponivel em: <https://www.mayoclinic.org/tests-procedures/hematocrit/about/pac-20384728>.

MIRA, A. R. et al. Manual de Nutrição e Doença Renal. Associação Portuguesa dos Nutricionistas, Porto, Março 2017. 2- 42.

MURUSSI, M. et al. Nefropatia diabética no diabete melito tipo 2: fatores de risco e prevenção. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia; Vol 47, p. 207-219, 2003.

NATIONAL KIDNEY FOUNDATION, K. clinical practice guidelines for nutrition in chronic renal failure. Am J Kidney, p. 18-19, 32-37, 76-85., 2000.

NERBASS, F. B. et al. Ganho de peso interdialítico em pacientes em hemodiálise. J Bras Nefrol, p. 33(3):300-305, 2011.

NETO, O. M. V.; NETO, M. M. DISTÚRBIOS DO EQUILÍBRIO HIDROELETROLÍTICO. Medicina (Ribeirão Preto.Online); Vol36, p. 325-337, 2003.

NGUYEN, A. et al. The pharmacokinetics of an albumin-binding Fab (AB.Fab) can be modulated as a function of affinity for albumin. Protein Engineering Desing and Selection, 19 julho 2006. v. 19, n. 7,p. 291-297.

OLIVEIRA, G. C. D. PLASMA HUMANO: COMPONENTES E DERIVADOS. Repositórios Científicosde Acesso Abertode Portugal, p. http://hdl.handle.net/10400.26/13168, 2016.

PAIVA, A. A.; RONDÓ, ; SHINOHARA, E. M. G. Parâmetros para avaliação do estado nutricional de ferro. Revista de Saúde Pública. Vol 34, p. 420-426, 200.

PASSOS, C. B. D.; GALLON, C. W. Estado nutricional e o seu impacto na saúde dos pacientes submetidos à hemodiálise: revisão de literatura. Revista Brasileira de Nutricao Clínica, p. 81-90, 2015.

RIELLA, M. C. et al. Metabolismo do Potássio. In: RIELLA Princípios de Nefrologia e Distúrbios Hidroeletrolíticos. [S.l.]: Guanabara Koogan, 2010. p. 194-218.

ROCHA, P. N. Hipercalemia. Jornal Brasileiro de Nefrologia, janeiro-março 2009. Vol 31: 5.

ROTHSCHILD, M. A.; ORATZ, M.; SCHREIBER, S. S. Albumin Synthesis. N Engl J Med, p. 286(14):748-50, 1972.

SANTOS, B. F. C. D. et al. Sociedade Brasileira de Nefrologia, 2007. Disponivel em: <https://arquivos.sbn.org.br/uploads/Diretrizes_Insuficiencia_Renal_Aguda.pdf>.

SANTOS, P. G. Estudo do mecanismo de interação de Mangiferina e Mangiferitina com Soroalbumina. Biblioteca degital de teses e dissertações, Alfenas, 30 julho 2010. Disponivel em: <https://bdtd.unifal-mg.edu.br:8443/handle/tede/719>.

SBN. Sociedade Brasileira de Nefrologia. Disponivel em: <https://sbn.org.br/publico/tratatamentos/hemodialise/>.

SEGURO, A. C.; MALNIC, G.; ZATZ, R. Distúrbio do metabolismo do potássio; Cap.8. In: ZATZ, R. Fisiopatologia Renal. [S.l.]: Atheneu, 2000. p. 123-150.

SERVICES, U. S. D. O. H. &. H. Exames medicos: Hematócrito. Medline Plus Información de salud para usted, 2 agosto 2018. Disponivel em: <https://medlineplus.gov/spanish/pruebas-de-laboratorio/hematocrito/>.

SESSO, C. et al. Inquérito Brasileiro de Diálise Crônica 2016. J Bras Nefrol 2017;39(3), p. 261-266, 2017.

SESSO, et al. Inquérito Brasileiro de Diálise Crônica 2016. Jornal Brasileiro de Nefrologia Vol 39, 2017. 261-266.

SHARGEL, L.; WU-PONG, S.; B.C.YU, A. Applied Biopharmaceutics & pharmacokinetics. Nova York: Mc Graw Hil, Medical Pub. Division, 2005.

SILVA, G. Nível de ferritina elevado indica necessidade de mudança de hábitos. Jonal Novo Hamburgo , 15 maio 2017.

SMITH, K. et al. Patient perspectives on fluid management in chronic hemodialysis. J Ren nutr, p. ;20:331-41, 2010.

TANAKA, P. K. Fatores Associados à baixa prevalência de Tratamento em Terapia Renal Substitutiva para pacientes SUS na região da Baixada Santista:um estudo exploratório. 2012. São Paulo: [s.n.], 2013.

TELLES, C.; BOITA, E. D. F. IMPORTÂNCIA DA TERAPIA NUTRICIONAL COM ÊNFASE NO CÁLCIO, FÓSFORO E POTÁSSIO NO TRATAMENTO DA DOENÇA RENAL CRÔNICA. PERSPECTIVA vol39, p. 143-154, 2015.

UNIMED. O que você precisa saber sobre ferritina. Unimed Vales do Taquari e Rio Pardos, 19 jul. 2016. Disponivel em: <https://www.unimedvtrp.com.br/blog/o-que-voce-precisa-saber-sobre-ferritina/>.

WANG, W. et al. Serum ferritin: Past, present and future. Biochimica et Biophysica. Vol 1800, p. 760–769, 2010.

WATT, R. K.; HILTON, R. J.; GRAFF, D. M. Oxido-reduction is not the only mechanism. Biochimica et Biophysica Acta, p. 745-759, 2010.

WHALEN, K.; FINKEL, R.; PANAVELIL, T. A. Farmacologia Ilustrada 6ª Edição. Porto Alegre: Artmed, 2016. 1-24 p.

Publicado
2019-12-20
Como Citar
Saloio, M., D’Amico, L., Rauber, R., & Uscocovich, V. (2019). ANÁLISE DOS PARÂMETROS FÍSICOS E BIOQUÍMICOS DE PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA EM INÍCIO DE TERAPIA RENAL HEMODIALÍTICA. FAG JOURNAL OF HEALTH (FJH), 1(4), 49-66. https://doi.org/10.35984/fjh.v1i4.118
Seção
Artigos Originais