LESÕES ESPLÊNICAS FOCAIS COMO INDICADOR DE LEISHMANIOSE VISCERAL: UMA REVISÃO DE LITERATURA
Resumo
Introdução: O achado de nodulações esplênicas em Leishmaniose Visceral (LV) é uma apresentação patológica pouco descrita em literatura. A LV é causada por protozoário intracelular do gênero Leishmania, e é diagnosticada principalmente pela identificação de formas amastigotas na medula, baço ou outros órgãos do sistema reticuloendotelial, geralmente cursa com febre, pancitopenia e hepatoesplenomegalia. Objetivo: Realizar revisão de artigos publicados em literatura que apresentam nodulações esplênicas em pacientes com Leishmaniose Visceral para avaliar a importância desse diagnóstico diferencial em uma investigação clínica, além de observar o prognóstico dos pacientes com essas lesões, o padrão radiológico encontrado, e outros diagnósticos diferenciais para lesões esplênicas focais. Métodos: A pesquisa bibliográfica foi desenvolvida através de uma revisão artigos nas bases de dados: Pubmed, MEDline e Scielo, nas línguas portuguesa e inglesa, foram utilizados os descritores “Visceral Leishmaniasis” AND “Spleen nodules” AND “Hepatosplenomegaly”, com a aplicação dos filtros de 2000 a 2019. Resultados: Foram analisados 9 artigos que totalizam 14 casos de LV com nódulos esplênicos. As lesões nodulares são hipoecóicas no US e hipodensas na TC, associadas a hepatoesplenomegalia. A partir do tratamento com Anfotericina B ou antimônio houve normalização dos exames laboratoriais, melhora clinica e regressão das nodulações esplênicas, confirmando que o protozoário é o agente causador das lesões, e permitindo que a eficácia da terapia anti-leishmania seja monitorada por US. A presença de nódulos esplênicos não deve ser considerada como um fator de mal prognóstico já que os pacientes apresentaram resolução do quadro após tratamento. Os principais diagnósticos diferenciais para lesões esplênicas focais de baixa intensidade em exames de imagem incluem Leishmaniose Visceral, Tuberculose, Linfoma, Doença de Gaucher, Sarcoidose, e metástases. Conclusão: LV deve ser considerada como diagnóstico diferencial de lesões esplênicas focais, e exames radiológicos devem ser incluídos durante a investigação diagnóstica de LV em pacientes com clínica compatível, pancitopenia e histórico epidemiológico positivo para a doença.
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